Hoje fui almoçar com uns colegas de trabalho num pé-sujo na CADEG. Foi um desafio que me fizeram, para ver quanto tempo eu resistia sem dar um chilique.
O local é peculiar, para dizer o mínimo. Um mercado enorme, feio, onde se encontra de tudo: flores, bebidas, comidas variadas, embalagens e sabe-se lá mais o quê. Aí a gente vai andando por umas ruas cobertas por um telhado alto até chegar ao tal restaurante, que mais parece um boteco. O nome: O Poleiro do Galeto. Adequado. As mesas ficam amontoadas lá dentro e se espalham pela rua. São insuficientes para a enorme e diversificada freguesia (homens engravatados, rapazes com pinta de modelo, gente suada, aposentados, patricinhas etc.). Tem sempre fila, me dizem, e enorme. Quem está sentado não tem pressa de ir embora. Os atendentes (porque não dá para chamar de garçons) são todos grossos, não te dão a mínima. Quando finalmente você consegue se fazer ouvir naquela balbúrdia, eles te olham com uma cara de raiva e anotam os pedidos. Não adianta tentar pedir com detalhes. "Coca-Cola?" "Ok". Quando alguém murmura "light", o cara já deu as costas. A gente ria. O mau humor deles faz parte do charme, parece. Não diga que está com pressa porque já perdeu meia hora esperando pela mesa vaga. Eles te dizem, sem a menor, cerimônia, "Quer rapidez, que vá ao MacDonald’s!" Os talheres... Minha faca veio com uma crosta indecifrável. Tive que esfregar no guardanapo para limpar. Aí meus colegas me disseram, rindo: "A única diferença é que aqui a gente sabe que é sujo, os outros restaurantes escondem". Sei lá, por algum motivo tolo, eu prefiro ser enganada.
Saldo: maus tratos, risadas, comida caseira, muito boa e barata. Mas não volto mais, não. Uma vez é mais que suficiente para uma experiência tão bizarra.
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5 comments:
acho que eu nao iria gostar desse lugar..... :-))
beijao,
Tô com a Fezoca. Adoro copos sujos.
Ai, meu Deus, você foi comer no Bifão de Ouro? O Poleiro é di-vi-no! O que você comeu, me diz aí - foi aquele filé ma-ra-vi-lho-so com aquela cobertura chocrante de alho? Acompanhado daquela indecência quantitativa de batatas fritas e aquela farofa molharadésima??? Foi, foi?
Se você ousar ir lá de novo e não me convidar eu te MATO, entendeu? Entendeu bem? Nem te conheço pessoalmente mas mando uns hômi atrás de você! Como assim vai lá e não avisa???? O melhor restaurante do Rio, o filezão mais suculento e você não fala nada da comida? Nada??? Só detalhes insignificantes como sujeira nos talheres? Eles dão SABOR ao prato, fique a senhora sabendo. Faz parte da ambiance. :o)
Fer, a julgar pelo capricho com que você cozinha e arruma a mesa para uma refeição, é certo que você iria odiar. Isso sem falar que "alimento orgânico" é uma expressão totalmente desconhecida por aquele pessoal.
Marcos, os homens têm mais facilidade de aceitar esses locais bizarros. Não sei se tenho inveja de vocês! ;)
Carla, eu sou cheia de frescura, por isso os meninos me levaram lá. Resisti com bravura, mas não volto. Apesar de a comida ser ótima.
Ha, ha, ha, Suzana, pois foi EXATAMENTE o que eu comi. Mas você esqueceu de mencionar também o molho acebolado maravilhoso. Eu não comia filé com fritas há séculos, aí os meninos me disseram que iam me levar ao lugar onde se como "O" filé com fritas. É divino, mas os percalços até a gente conseguir comer... Difícil encarar de novo. Pronto, falei. Agora pode me achar nojenta!
Uma beijoca!
Olá, da próxima vez que for ao Poleiro do Galeto, experimente ir para a diretoria (2º andar)! O garçom ou atendente (como preferir), é o Eduardo, mais conhecido como Dudu, ele é super educado e eficiente.
[]s,
Alamim
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