Thursday, May 31, 2007

Um certo mau humor outono-inverno

Não vou negar que um friozinho é bom para mudar um pouco a paisagem (e a vida, por tabela), mas, sinceramente, se o outono está assim, o que devemos esperar do inverno?

Eu acordo de manhã e pulo da cama, porque não acho produtivo ficar adiando o momento doloroso do abandono dos cobertores. Mas não adianta nada, não “ligo”. Sigo para o banheiro feito um zumbi e perco o olhar no fundo do espelho, encostada à parede, como se meu corpo não me pertencesse. Banho, de manhã, nem pensar, me contento com apenas um, antes de dormir. Imagine sair com o cabelo molhado neste frio ou, pior, acordar mais cedo para usar o secador!

A garagem lá em casa é no andar de baixo. Você vai descendo as escadas, e a temperatura vai baixando a cada degrau. No verão, isso é maravilhoso, mas agora a sensação é de estar entrando nas profundezas de uma masmorra medieval.

O termômetro da prefeitura perto de casa mostra invariáveis 15°C quando eu passo por ele de manhã e à noite.

As roupas quentes não dão vazão, simplesmente porque, depois de lavadas, não secam por nada. Vou ter que comprar uma secadora de roupas em pleno Rio de Janeiro? Era só o que faltava! Mais um aparelho consumindo a energia que o planeta pode usar de outras formas? Tento ser ecologicamente correta e me recuso (por enquanto), afinal, se chegamos a estas mudanças loucas no clima, foi justamente porque não pensamos do dia de amanhã e desperdiçamos, usamos errado e poluímos tudo o que era possível.

E a chuva? Um amigo inglês já me chamou atenção para o fato de que cariocas não sabem usar guarda-chuvas. Segundo ele, a gente perde o senso de equilíbrio e de espaço, enfia as varetas nos olhos dos outros e não sabe o que fazer depois com o bicho fechado e molhado. Não sei se isso é uma particularidade nossa, mas que é chato carregar aquilo para cima e para baixo, não há dúvida.

Não se pode negociar? Eu proponho o seguinte:

1) Que os dias sejam de sol;
2) À noite, pode até esfriar bastante;
3) Chuva, só de madrugada.

Wednesday, May 30, 2007

O peso da idade

Não é que eu goste de agulhas, mas estar fora da faixa etária da campanha de vacinação contra a rubéola no Rio me deixa quase macambúzia.

Monday, May 28, 2007

Mas é só isso?

Há algo de ridículo em deitar em uma maca estando em perfeita saúde, especialmente quando quem empurra a dita cuja é uma enfermeira franzina. As pessoas olham com curiosidade ou piedade, tentando descobrir que mal acomete a pobre mulher deitada ali. De cinematográfico há a visão das luminárias do teto do hospital se sucedendo no longo corredor. Vanilla Sky, acho. Um anestesista gentil, uma dose. Apaga, acorda. Outra sala, nenhuma dor. Tudo resolvido.

Thursday, May 24, 2007

Causing a commotion

Um suéter preto, o rosto afogueado e o cabelo em ligeiro desalinho, salpicado de chuva.

Wednesday, May 23, 2007

Pó, lama, mofo e a criatura cheia de frescuras

Com raríssimas exceções, não gosto de coisas velhas. Não gosto especialmente de livros velhos. O prazer de um livro para mim está em um bom texto impresso em páginas incólumes e com suave odor de papel novo. Nem sempre, porém, é possível conseguir essa "conjunção astral".

Eu preciso ler este livro, que está esgotado (nem link para a edição em português existe mais), então tive que comprar um usado. Como não tenho tempo para fazer peregrinação pelos sebos da cidade, fiz uma compra via internet. Big mistake! Apesar de ter custado uma pechincha, o exemplar, que me garantiram estar em bom estado, está repulsivo. As páginas estão todas no lugar, é verdade, mas há manchas de mofo e de um líquido qualquer que me parece água suja, como se alguém tivesse deixado o livro cair em uma poça lamacenta. Desnecessário mencionar o cheiro de pó característico, não?

Agora eu estou num dilema: faço uma cópia do livro todo (mesmo infringindo a lei de direitos autorais) ou compro luvas cirúrgicas para manusear aquela nojeira?

Tuesday, May 15, 2007

Comer como se não houvesse amanhã

Meu amor maior completa um ano amanhã. Converso com minha irmã sobre os últimos detalhes da festa, que será sábado, e ela me conta que algumas pessoas com as quais ela nem tem intimidade ficaram ofendidas por não terem sido convidadas. Imaginem isso: pessoas brigando por causa de uma festa de criança!

Será pela comida? Acho bizarro, como sempre acho bizarra a falta de educação em situações onde há boca livre. Aqui no trabalho, por exemplo, os coffee breaks parecem eventos bárbaros, com as pessoas em volta da mesa tentando comer tudo o que podem o mais rapidamente possível. Se fossem de um nível social baixo, sem acesso a grandes farras gastronômicas, entenderia. Mas não, são gerentes com salários acima de uma dezena de milhares de reais. Será que não dá para fazer o supermercado com isso, não?

Maio vai se arrastando e me arrastando. A grande onda, lembram?

Já deve ter aranha fazendo teia no meio da poeira deste blog desabitado. Eu poderia pôr a culpa do abandono na fadiga pós-semana de provas ou ainda na conexão com o Blogger, que continua impedindo com freqüência desanimadora meus logins. É tudo verdade, mas não é toda a verdade. Tenho escrito uns textos esparsos, que salvo como rascunhos, mas acho bocós e impublicáveis após uma segunda ou terceira leitura.
O que vou lhes contar? Nada acontece, camaradas. Enfim, admito: EU sou o tédio.