Wednesday, July 26, 2006

Inverno

Hoje pela manhã, vindo para o trabalho, percebi que as amendoeiras estão perdendo todas as folhas. As ruas do meu bairro estão cobertas por elas, e a Comlurb manda garis para varrer e caminhões para recolher. Tem gente que acha que aquele espesso tapete de tons marrom-avermelhados é sujeira. Eu considero quase poesia.

Tuesday, July 18, 2006

A pergunta que eu gostaria de fazer é a seguinte: se você é assalariado, é possível amar seu trabalho eternamente?

Pergunto porque desconheço o que seja satisfação profissional. Posso até ficar feliz temporariamente fazendo algo, mas passar anos a fio na mesma área me entedia tão profundamente que acabo me deixando levar, em certos momentos, por aquela tal “raiva no trabalho” de que falaram na TV semana passada. Para mim, é como levar adiante um casamento desgastado. Daí que, de tempos em tempos, eu preciso mudar não só de empresa, mas de profissão. Não há aí qualquer tipo de ambição (que eu sei ser bem medíocre nesse quesito). O que me deixa louca são as mesmas rotinas e procedimentos reproduzidos ad nauseam.

Os chamados “profissionais de carreira” são como estruturas intrincadas que jamais entenderei. Não entender, entretanto, não é criticar; muito pelo contrário, é ficar bestificada. E invejar. Porque toda essa angústia que me consome não deve lhes fazer nem cócegas nas solas dos pés, e isso deve ser o paraíso na Terra. Ou não?

Friday, July 14, 2006

Explicação

Não escrevo porque gosto. No quesito "gostar", fico com a leitura, que se presta muito mais à minha personalidade de quem apenas contempla e não faz.

Não escrevo porque acho que tenho algo a dizer aos outros. Daqui nada serve a ninguém senão a mim mesma.

Antes, escrever tinha um propósito: desintoxicar. Hoje tem outro: disciplinar a vontade.

Pois há que se ter determinado tipo de disciplina que produza algo, ainda que algo inútil. Assim, vou montando a minha colcha de retalhos, não para me proteger do frio mas para guardá-la num armário já cheio delas. Há dias em que não costuro, e não faz falta, mas ver a colcha incompleta incomoda e, amanhã, então, adiciono outro quadrado colorido ­– ou cinza, porque há dias que...

Thursday, July 13, 2006

Moro num país tropical, blá, blá, blá

Onde se compra um vestido com mangas nesta cidade? Tenho que ir a um casamento sábado e saí para comprar uma roupa adequada às noites frescas de inverno. (Obs.: eu usaria qualquer um que tenho no guarda-roupa se os meus parcos três vestidos mais sofisticados não fossem todos bem “alto verão”.) Não achei nada. As vitrines dos shoppings anunciam uma tal liquidação de inverno, mas a gente só vê vestidos de alcinhas ou tomara-que-caia. Das duas uma: ou saio com vestido velho envolta num cobertor como se ele fosse xale ou danço a noite inteira, para não sentir os 17ºC. O quê? Você não sente frio com essa temperatura? Sorte a sua, baby.

Monday, July 10, 2006

É bom "ficar pra tia"

Com exceção de um breve período de alguns meses em que o tal relógio biológico andou tiquetaqueando por aqui, eu nunca tive aquele desejo incontrolável de ser mãe. Não que o pensamento me causasse repulsa; simplesmente não fazia parte dos meus planos. Nunca fui aquele tipo de mulher que se enternece com qualquer carinha de bebê que aparece na TV, olha vitrines de lojas infantis no shopping e pede para pegar no colo filhos que não são seus. Pior dos pecados ainda: não acho que todos os bebês são bonitos; chego a distinguir os feios e verbalizar isso (não para os pais, claro, que não sou mal-educada).

Mas eis que.

Ó, meu Deus, nasceu o meu sobrinho e eu me tornei um ser totalmente sem noção! Eu saio de perto dele e sinto saudades, parece até que o filho é meu. Cada vez que saio, compro com uma roupinha nova para ele. Eu abraço, beijo, afago, aperto. Ele me retribui com sorrisinhos descoordenados.

É claro que é o bebê mais lindo do mundo. Não ouse me contradizer. E fofo. E adorável. E simpático. Em suma, o menino é um príncipe.

Eu só preciso me lembrar que sou a tia, não a mãe. Juro, estou embasbacada. É muito amor!

Thursday, July 06, 2006

Recomecemos

Porque eu não agüentava mais aquele template e as limitações do Blogger. Me davam desânimo. Agora, respirando ares de casa nova, vou tentando retomar o hábito de escrever.

Ainda não há links, nem contadores, nem coisa alguma que requeira qualquer tipo de computer geek-ices, para evitar estragar a página. Se tomar coragem, vou mexendo aos poucos; se não, fica tudo como está.
Os velhos amigos são bem-vindos. Os novos também.