Thursday, September 13, 2007

Leia o livro, veja o filme e ouça o livro

I wonder who first discovered the efficacy of poetry in driving away love!

I have been used to consider poetry as the food of love, said Darcy.

Of a fine, stout, healthy love it may. Everything nourishes what is strong already. But if it be only a slight, thin sort of inclination, I am convinced that one good sonnet will starve it entirely away…

Jane Austen em Pride and Prejudice



Pois é, as coincidências. Preciso dizer o quanto eu ri ao ouvir isso logo após escrever aquele texto sobre o fatídico poema?

Pela primeira vez, estou ouvindo um audiolivro*. Não por acaso, escolhi um que já havia lido antes. Não vou discorrer novamente sobre o meu apego às obras da Jane Austen, dona de um imenso talento para expor o ridículo da sua época com a mais fina ironia. Venho ouvindo no carro e gargalhando muito enquanto os outros motoristas ficam me olhando como se eu fosse doida. A história, embora nada inédita para mim, é tão divertida!

Empolgada com a novidade, cheguei a procurar audiolivros brasileiros, mas, pelo jeito, são horríveis. O narrador da obra cujo trecho eu ouvi é artificial e pomposo. Não sei se é assim para outros livros (não tive paciência de ouvir outros), mas acredito que ficarei restrita à minha primeira e única aquisição.


*áudio-livro?

Tuesday, September 11, 2007

Alguém tem coragem de verbalizar

"Os homens nunca se apaixonam perdidamente. Já as mulheres se apaixonam de uma forma que dá até pena."



Talvez não com essas exatas palavras, mas o Manoel Carlos disse isso no Fantástico domingo. Verdade cruel. Adorei.

Wednesday, September 05, 2007

"Canta, ó, musa, a ira de Aquiles!"

Não satisfeito em me chamar de “mozinho”, meu caro colega me mandou um e-mail com um anexo. O tal anexo, dizia o texto do e-mail, era uma "poesia" que ele havia escrito para mim.

Medo. Oremos.

Evitei abrir o anexo; na verdade, queria deletar tudo sem ler. Aquilo que virou moda chamar de vergonha alheia tomou de mim em antecipação ao que meus olhos estavam por encontrar. Mas não podia simplesmente fazer isso, pois sabia que ele ia me interpelar na faculdade hoje sobre o assunto. Porque as pessoas, vocês sabem, não têm simancol. E são ousadas. Elas sabem que eu sou formada em Letras. Elas sabem que eu sou terrivelmente crítica, até comigo mesma. E, mesmo assim, elas me escrevem poemas, que chamam candidamente de poesias.

Isso acontece comigo desde os treze anos e é um fenômeno inexplicável. Se eu fosse linda, ou gostosona, ou simpática, vá lá. Mas eu não sou. A única explicação plausível é que exista uma lei da Física que Newton não formulou: “A capacidade de atrair pessoas que escrevam poemas em sua homenagem é diretamente proporcional à sua aversão pelo fenômeno.”

Mas, voltando...

Contrariada, abri o anexo. Era praticamente uma ode à minha “beleza”. Uma ode bem ruim. Escrevi um agradecimento meio seco e enviei. Dizem que, para bom entendedor, meia palavra basta. Espero sinceramente que isso seja verdade.

Já disse e repito: artistas (bons ou ruins): não quero as suas sensibilidades e sutilezas por perto. A poesia que me interessa eu mesma procuro. Em matéria de amor, a experiência me mostra que só os homens práticos, cartesianos me fazem feliz.