Eu fico rezando para ter uma folga. Para aproveitar a vida e blá, blá, blá. Veio o feriadão e... quatro dias em casa (que não passaram disso:
quatro dias em casa). Não me dá nem angústia. Eu acho que deveria. Em vez disso, uma serenidade, uma vontade de beijar os pés do bebê, arrumar as fotos no álbum, refazer o colar de contas arrebentado há meses, comer morango com creme. Coisas pequenas e leves. E, como sempre, adiando chatices.
No fim de semana anterior, tinha esboçado uma reação. Mais por obrigação com alguma convenção social implícita. Porque não é possível ser assim tão tartaruga-com-a-cabeça-enfiada-no-casco. Não pode. Então, um vestido bonito, um almoço bom, um cinema. A saia levantou na saída de ar do Metrô e eu vivi meu momento Marilyn, fazendo a alegria da rapaziada. Francamente, como são bobos alguns homens.
Convite para viajar a Paris e Barcelona. Ridículo como as pessoas só querem viajar quando eu decido juntar dinheiro. Elas vão, eu fico. Mas fica também uma vontade de ir, um leve apertinho no coração.
Para desencanar, agora, só um desejo: um corte de cabelo impossível. Pois que graça tem desejar um corte que vai ficar ótimo no seu tipo de cabelo? Francamente, como são bobas algumas mulheres.