Wednesday, April 11, 2007

Sim e não

Escrevi, no post anterior, que não estou procurando homem nenhum. Reafirmo. Na verdade, eu até estou evitando encontrar. Fico pensando em quanta energia emocional teria que despender em um novo relacionamento amoroso e me dá muita preguiça. Arf, não quero! E, sim, eu sei que isso não é lá muito saudável, especialmente quando fico em casa num sábado à noite assistindo a Pretty Woman, no Supercine, pela milésima vez.

Mas. Existe este moço da faculdade. Nós somos de grupos de amigos diferentes, com pouca interseção. Nas últimas semanas, ele tem feito um esforço para sentar perto de mim, eu percebo. E, olhe, é preciso muita coragem para fazer isso. Porque eu praticamente tenho uma plaquinha na testa, onde se lê: NÃO SE APROXIME, ESTRANHO. Ele puxa assunto, pede para copiar minhas anotações de aula. Espera que eu guarde meu material, para sairmos juntos da sala, ou apressa o passo, para me alcançar no corredor. Confesso que estou achando tudo isso extremamente fofo. E reparei que ele tem uns olhos azuis muito límpidos e um sorriso de comercial de pasta de dentes.

É precisamente aí que entram em ação todos os meus mecanismos de defesa. Começo a procurar defeitos. O primeiro foi pensar que ele devia ser muito novo, apesar de não parecer, afinal quase todo mundo na universidade é quase adolescente. Mas não, eu vi fios brancos no meio dos cabelos claros e na barba por fazer. Então, embora não saiba quantos anos ele tem, posso supor que não é nenhum bebê. E assim seguimos. Um dia, quero; no outro, não. Fujo, fico; recuso, aceito; sou graciosa, não dou papo. Enfim, sou uma doida.

5 comments:

Anonymous said...

Ah, Lys, relaxa... Nao pode ser ruim toda vez, em algum lugar tem uma coisa boa a sua espera. Mas voce tem que estar aberta, menina.

Suzana Elvas said...

*suspiro*

Lys said...

Carla, estar aberta é um drama para mim. Juro que nem sei o que é isso. Mas sei que não é ruim sempre. Estou é cansada dos joguinhos de amoRRRR. Indisponibilidade total é o meu nome.

Suzana, o suspiro vale. Mesmo com toda a minha nóia e as dez mil razões que eu invento para não dar bola para esta história, quando o moço faz fofices, eu vou para a casa sorrindo. Se ficar só nisso, já é benefício, né?

Anonymous said...

Bem, se o moço não desistir diante da sua inconstância é sinal de que ele deve estar mesmo interessado — ou enormemente curioso.
Por sua vez, você diz que não está "procurando" — o que não quer dizer que você não possa ser "encontrada". E se, como você mesma confessou, está achando tudo extremamente fofo, talvez seja melhor não se preocupar com os tais prováveis defeitos do moço — afinal, todos temos nossas "deficiências", e quem procura acaba achando.
Como já li também seu outro post, aproveito pra perguntar: a intenção do "cogumelo atômico" foi afugentar o moço ou tudo não passou de um acidente?

Lys said...

wagner, eu acho que minha inconstância já está incomodando o moço. Eu fico até com raiva de mim às vezes por ter um comportamento tão idiota.

Os defeitos eu procuro só para encontrar uma razão para não me envolver com ninguém. É como aquele Blues da Piedade, do Cazuza, eu fico "esperando alguém que caiba no meu sonho". Como sonho é só sonho, eu posso justificar a minha solteirice com a inexistência de homens interessantes. Eu sou assim desde novinha e a coisa só piora com a idade.

O corte de cabelo não foi para assutar o moço, foi só manutenção. Eu sou mignon e não fico bem com uma juba, tenho que estar sempre em dia com a tesoura.