Thursday, January 11, 2007

De presente

Olho para a tela: branco. A vida morna tem dessas coisas, pelo menos no meu caso. Emoções leves e falta de assunto. Se, para escrever, preciso de emoções fortes, acho que vou passar; já tive o suficiente para uma vida.

E para este período de entressafra minha, dou-lhes de presente Mariana, que descreve as situações mais prosaicas da forma mais sua possível, o que quer dizer que é sempre bonito e sempre inimitável. O ruim é que ela escreve uma vez a cada vinte anos. Eu reclamo, claro, mas ela nem liga.

Wednesday, January 10, 2007

Egoísmo

Viver a vida dos outros, pelos outros, ainda que temporariamente necessário, por vezes torna-se um fardo muito pesado. Há limites para o altruísmo, especialmente para quem não tem na alma o dom de se doar.

Thursday, January 04, 2007

Comfort food

Minha mãe me ligou agora e disse que teremos sopa de ervilha para o jantar. Sopinha de ervilha, broa e vinho - motivos suficientes para eu ir correndo para a casa. Com esse tempinho lusco-fusco não há coisa melhor que as minhas comfort foods.

Tuesday, January 02, 2007

Maybe tomorrow I'll find my way home

Terminamos bem. O som poderoso do meu piano, que não era ouvido há anos, encheu a casa e invadiu o quarteirão, deleitando os vizinhos de bom gosto (rá!) e quem passasse pela rua. Óbvio que não era eu quem tocava – quem não tem competência não se estabelece. Num grupo de vinte e poucas pessoas, fizemos a contagem regressiva ouvindo ABBA, dancing queen, feel the beat from the tambourine. Muito champagne, comida em excesso, fantasia. Quebrei a cara com essa história de não gostar de réveillon. Quer dizer, ainda não gosto, mas a festa foi ótima.

Começamos mal. Ligo a TV no dia 1º, e o que é que tem? Enforcamento de Saddam Hussein. Que tapa na cara da humanidade. Quem pensava que havíamos evoluído ficou atônito. Eu pensei que não iam fazer, apesar de a sentença ter sido anunciada aos quatro ventos. Olho por olho, dente por dente. Homens das cavernas é o que ainda somos. Para completar, assisti Crash ontem. Ótimo filme, péssima escolha para um dia que começou otimista. Não dá para digerir, comecei a fazer pontes para tudo o que acontece à minha volta.

Vamos lá, gente, que a festa acabou e a vida real bate à porta outra vez.

Meu desejo para 2007: que seja um ano de menos intolerância e violência.