Wednesday, September 20, 2006

Tuesday, September 19, 2006

Sem disfarces

Tive sonhos muito reveladores nas últimas duas noites. O conteúdo manifesto deles é tão óbvio que não requer nem interpretação. O inconsciente, às vezes, faz isto: me joga um balde de água fria no meio da cara, para me fazer acordar.

Monday, September 18, 2006

Existencial

Fui para a biblioteca da universidade estudar no sábado porque o volume de textos a ler se multiplica a cada semana e eu não estou dando conta. Entre outras coisas, por causa de preguiça mesmo. Dali parti para o supermercado, porque na geladeira só tinha água e manteiga, a total desolação visual. Tinha um casamento para ir, mas não fui. Completamente sem paciência para maquiagens e salto alto, preferi ficar em casa arrumando as compras na despensa (tem alguma coisa errada aqui, não tem, não?). Domingo me perdi zanzando pela casa feito peru bêbado em véspera de Natal. Meu quarto, uma zona de guerra. Fui arrumar. Me peguei lavando meu banheiro às 6 da tarde. Não tinha nem feito as unhas. Minha mãe me perguntou: “Já não chega, minha filha?” A sabedoria da experiência.

É isso. Acho que chega. A sensação é a de que estou submersa em um mar de tarefas estéreis, sem a menor necessidade. Uma pessoa sem noção de prioridades, foi isso que me tornei. Nem sei para que inventei de fazer outro curso na faculdade. Uma vontade de pular do trem . Tipo: pára tudo que eu quero descer. Bem agora.

Thursday, September 14, 2006

O que é que eu estou fazendo aqui?

Se eu estou numa festa e não me divirto, vem a pergunta. Se eu saio com um cara que se revela um mala, vem a pergunta. Se eu recebo visitas na minha casa que não vão embora nunca mais nesta vida e eu tenho que ficar "fazendo sala" até altas horas, vem a pergunta.

A pergunta traz desconforto, nos mais variados graus, porque sinaliza a minha “inadequação”.

Estabeleceu-se que ser gregário é ser saudável. Logo, ser chegadinho numa misantropia é ser inadequado, esquisito e antipático. Isso é tão cansativo, vou te contar. Eu nunca fui muito sociável, mas antes eu até tolerava mais os agrupamentos. Hoje, cansei. Existe uma intolerância e uma ranhetice preenchendo todo o meu pequeno ser.
E agora parece que fazer faculdade se resume em dividir pessoinhas em grupos para qualquer tarefa meia boca. Formem grupos para discutir o texto, para responder às questões, para pensar em possíveis soluções para isto e aquilo. Eu até tento, mas e a impaciência? Deus, ouvir abobrinhas e fingir que me interesso. Se bobear, fico pensando na novela das oito, no vestido que vi na vitrine, no sexo dos anjos, e aí, se me perguntam se eu concordo com alguma coisa, ferrou, porque não tenho idéia do que estavam falando. Aí, de novo, vem a pergunta:
O que é que eu estou fazendo aqui?

Tuesday, September 12, 2006

Assim-assim

Eu fico rezando para ter uma folga. Para aproveitar a vida e blá, blá, blá. Veio o feriadão e... quatro dias em casa (que não passaram disso: quatro dias em casa). Não me dá nem angústia. Eu acho que deveria. Em vez disso, uma serenidade, uma vontade de beijar os pés do bebê, arrumar as fotos no álbum, refazer o colar de contas arrebentado há meses, comer morango com creme. Coisas pequenas e leves. E, como sempre, adiando chatices.

No fim de semana anterior, tinha esboçado uma reação. Mais por obrigação com alguma convenção social implícita. Porque não é possível ser assim tão tartaruga-com-a-cabeça-enfiada-no-casco. Não pode. Então, um vestido bonito, um almoço bom, um cinema. A saia levantou na saída de ar do Metrô e eu vivi meu momento Marilyn, fazendo a alegria da rapaziada. Francamente, como são bobos alguns homens.

Convite para viajar a Paris e Barcelona. Ridículo como as pessoas só querem viajar quando eu decido juntar dinheiro. Elas vão, eu fico. Mas fica também uma vontade de ir, um leve apertinho no coração.

Para desencanar, agora, só um desejo: um corte de cabelo impossível. Pois que graça tem desejar um corte que vai ficar ótimo no seu tipo de cabelo? Francamente, como são bobas algumas mulheres.