Monday, March 30, 2009

Música e melodramas

E aí todo mundo que lê este blog porcaria já percebeu que eu ando numa fase bem melodramática, não é? Não contem para ninguém - é segredo de vida virtual. No mundo real, ando bem faceira, contando dinheiro e me perguntando para que é que ele serve, afinal. Porque não há dinheiro que pague a vida medíocre que eu escolhi, não há.

Pequenos prazeres me mantém aquecida: um dia tem Simply Red, sensacional como sempre, apesar do calor infernal, engarrafamento, o diabo; no outro, Haydn, e tudo perfeito, sentadinha ao lado das vovós viúvas que frequentam o circuito de música clássica carioca (meu futuro, heim, só que sem a viuvez, of course).


Vocês nem sabem o poder entorpecente que a música tem em mim. É só por isso que eu não choro.

Saturday, March 28, 2009

Ah, Cortázar!


...podía decirle [...] que todo era inútil, que cualquier cosa que hicieran el resultado sería el mismo, la humillación, la rutina lamentable, los años monótonos, los fracasos que van royendo la ropa y el alma, el refugio en una soledad resentida, en un bistró de barrio.

É por essas e outras que eu considero os escritores seres superiores. Num parágrafo escondido num pequeno conto, eles jogam a nossa vida bem nossa cara. Sorte de quem não lê.

Wednesday, March 18, 2009

Reflexões pré-quarenta: O peso da idade

É impossível não começar a repensar a vida enquanto vejo esvaírem-se irremediavelmente os 374 dias que ainda me restam antes de entrar nos temíveis -enta. Sim, existe o tal mito de que a vida começa aos 40, mas, a julgar pelo que vejo acontecer neste meu corpinho, acredito que não é bem assim que a banda toca. Testemunhar a própria decadência não é nada animador e dar-me conta de que não cometi, nestes 38 anos que desperdicei, nenhum ato digno de nota me joga numa melancoliazinha persistente e enjoada.

Sunday, March 15, 2009

Mesmo com mais de uma semana de atraso, preciso dizer...



Obrigada, Mick, por ter salvo uma noite em que tudo poderia ter dado errado.

O que é que há, velhinho?

Foi um mergulho fundo nos livros. Mais de um ano. Mais de um ano sem fazer outra coisa que não pesquisar, ler, estudar e estruturar minha monografia. Trabalhar também, e ir ao estágio. Foi uma doideira, mas foi bom: me deu a certeza de que eu posso, ainda, muita coisa.

Quando acabou, tchunf: vácuo! E a clareza de que é preciso saber lidar com isso, com esse vazio crescente que se impõe, mesmo que eu finja, às vezes, que ele não está lá.

Refill, please!

A “temporada de preenchimento”, portanto, acaba de começar, embora, como boa seguidora do barbudo de charuto na mão, eu saiba que esta falta não se consegue tamponar; tudo o que se faz é mera distração. Então, começo a enganação pelo que é simples: Pilates, blog, diversão... Sobre o resto eu penso depois.