Friday, March 30, 2007

A experiência oriental

Lembram-se de que eu ia consultar o japonês consertador de coluna? Pois fui. Tinha imaginado um velhinho, mas é um homem de seus quarenta anos, corte de cabelo moderninho e boas roupas. E não é médico, é shiatsuterapeuta.

A consulta durou quase uma hora. Ele fez uma anamnese longuíssima, depois me fez ficar de pé enquanto observava meu corpo, como se me medisse. Numa terceira etapa, deitei numa cama e ele começou o shiatsu.

Ao fim disso tudo, fez o mimoso desenho de minha figura de costas, que lhes apresento ali ao lado. Vejam que o quadro não é muito animador. A pessoa está toda torta e, nessas partes rabiscadas com um leve zig-zag, há o que ele chamou de um “enrijecimento anormal dos músculos”.

Não obstante tudo o que está fora de esquadro no meu corpo, o gajo acha isso não é a causa os meus torcicolos e das outras dores e dormências. Disse que eu tenho um “cansaço crônico” e que, antes de ele mexer mais nos meus músculos, eu deveria parar de comer açúcar branco, pão branco, frutas cítricas e, fora de casa, qualquer coisa crua. Pintou um quadro assustador de bactérias que ficam à espreita loucas para mergulhar em nossos organismozinhos indefesos.

Conclusão: estou comendo pior (porque tudo o que eu mais gosto na vida são as frutas e verduras cruas) e o meu pescoço continua doendo – menos, é óbvio, já que o tempo passa e, com isso, a dor vai diminuindo naturalmente. E não é comida que vai me fazer melhorar, tenho certeza. Esse japa é zen demais para mim.

Friday, March 23, 2007

Transtorno dissociativo de identidade ou apenas uma coluna ruim

Hoje acordei "A" social. Você me vendo interagir pensaria que sou tão agradável e extrovertida. Não estou forçando a barra. Faço ou falo alguma coisa com alguém e penso Ué, fui eu mesma quem acabou de fazer isso? Estou achando engraçadíssimo.

Deve ser reflexo do torcicolo que me acompanha há cinco dias. Quando acordei segunda-feira, quase não consegui me levantar da cama. Tenho tido muitos torcicolos nos últimos meses. E dores intensas que se irradiam do pescoço até os ombros. Dormência nos braços também. Enfim, um quadro muito incômodo que me faz pensar que há algo de muito errado com a minha cervical. Não há ortopedista que dê jeito, então amanhã vou a um japonês. Cá pra nós, eu sempre quis um japonês que me pegasse de jeito. Eu já estava começando achar que japoneses-consertadores-de-coluna eram seres mitológicos, pois jamais havia conhecido um. Este me foi muito bem recomendado. Quero muito pagar para ver. Depois eu conto.

Friday, March 16, 2007

De novo e de novo e de novo

Daqui a pouco mais de uma semana, 37. E, no entanto, pessoas continuam me dizendo: Sabe que você se parece com a Sandy? Ontem mesmo, na faculdade. Eu rio, mas deve haver algum fundo de verdade nisso, já que eu ouço tais sandices (ai, que infame!) de pessoas totalmente sem relação umas com as outras, nas situações e épocas mais diversas. Passei a ver como elogio, porque, apesar de a garota ter o repertório mais chato que existe, até que é bem bonitinha. E jovem.

Então, 37 = Sandy. Ok.

Por um pouco de sossego

Reafirmo: existe o fato incontestável de que a minha sala atrai gente. Eu não sei o que é. Certamente não se trata de algum tipo de magnetismo pessoal, já que estou muito mais para antipática. O pior nisso tudo é o fato de que 90% dessas pessoas que se postam na minha frente mendigando atenção são umas chatas de galocha. Eu nem tento disfarçar que não quero papo, respondo com monossílabos, faço cara de compenetrada no trabalho. Não adianta. Eles não têm simancol. Como é que pode?

Quero poder ficar só. Para trabalhar em paz. Para ler blogs em paz. E, principalmente, para comer em paz – e sem dividir com ninguém – as trufas incríveis que minha irmã me deu de presente. A chocolatria persiste. A sorte é que eu sou controlada e nunca como mais que uma por dia. É necessário uma força de vontade do cão, mas eu tenho conseguido.

Tuesday, March 06, 2007

Volta às aulas

É um tanto penoso recomeçar. A burocracia das fotocópias, as ementas que não serão cumpridas, o sono. Quando pequena, eu sentia saudades da escola nas férias, mas isso já faz muito tempo; perdi o entusiasmo pueril. Não que o curso não me interesse mais, pelo contrário; no entanto, tenho consciência de que talvez este seja mais um diploma para guardar na gaveta. Essa obrigatoriedade de estágio me confronta com a verdade: vai ter coragem de seguir sonhos, de deixar o certo pelo duvidoso? E são sonhos verdadeiramente ou apenas mais uma tentativa de buscar o novo inalcançável? Velhas fórmulas para velhos problemas. Eu já sei que não funciona; contudo, me sinto na obrigação. Faça alguma coisa! Faça alguma coisa! Não é o que dizem? Não está feliz, mude. Debata-se inutilmente na água morna da acomodação; o que não se pode é permanecer inerte enquanto afunda.